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Para compreender sobre a atual perspectiva da Cartografia de Salvador é necessário compreender a história e acervo existentes, e principalmente sobre a sua aplicabilidade na perspectiva de uma nova base digital e única, atual e com qualidade exemplar.  

Pode-se iniciar citando Carvalho (2008) sobre os avanços da cartografia do século XX, na onda da nova era computacional:

“Um fato marcante para a Cartografia mundial, e consequentemente brasileira, foi o surgimento do primeiro Sistema de Informação Geográfica – SIG, no Canadá, o que viria a mudar inteiramente o paradigma da Cartografia mundial. Era o primeiro passo na direção da Cartografia Digital. Em 1966, foi estruturada a Comissão de Cartografia (COCAR), com a missão de organizar uma Política Cartográfica Nacional. Em 1967, o Decreto-Lei 243, de 28/02, fixa as Diretrizes e Bases da Cartografia Brasileira. Em 1968, a Comissão Especial de Levantamento do Nordeste foi transformada na Terceira Divisão de Levantamentos da Divisão de Serviços Geográficos (DSG), e em 1972 a DSG foi transferida para Brasília, coordenando dali os trabalhos da Cartografia Sistemática Terrestre no Brasil.”

Salvador, cidade histórica e primeira capital do Brasil, se inclui no acervo cartográfico do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, onde dispõe sobre a formação territorial e urbana do Estado:

“Numa perspectiva histórica, o todo representa a possibilidade de analisar a porção territorial de Salvador, uma vez que contempla mapas da cidade produzidos em diversas épocas, bem como o desenvolvimento territorial dos municípios baianos, a partir dos existentes na década de 1930 e seus desmembramentos. Já no contexto cartográfico, a mapoteca retrata a evolução das tecnologias alusivas à representação do espaço, uma vez que são apresentados mapas literalmente desenhados a partir da observação direta, também de observações topográficas e, ainda, cartas resultantes dos processos aerofotogramétricos.” (http://www.ighb.org.br/setor-de-geografia, pesquisado em 08/10/2018)

A Fundação Mario Leal Ferreira – FMLF, vinculada à atual Secretaria Municipal de Urbanismo - SEDUR, é a entidade responsável por gerir o Sistema Cartográfico e Cadastral do Município de Salvador - SICAD, onde guarda e administra o acervo cartográfico de referência e temático de Salvador. Nesta, guarda também o conjunto de mapas produzidos a partir dos projetos urbanísticos e os que compõem a Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo para a Cidade do Salvador - LOUOS e também do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbanístico - PDDU.

Com o advento da Cartografia Digital, iniciativas começaram a fluir no Brasil, na Bahia e em Salvador, por uma influência direta do aparecimento das geotecnologias. Uma das primeiras iniciativas da Prefeitura de Salvador nesse novo contexto foi em 1995, quando celebrou convênio com a CONDER para compartilhamento da base cartográfica digital elaborada pelo Estado da Bahia em 1992.  Esta, na escala urbana 1:2000 no padrão do Sistema Cartográfico Estadual - SICAR.

Seguindo o curso natural, com a utilização de uma base de referência digital, foram construídas diversas bases temáticas que serviram para orientar projetos e organização de dados georreferenciados. Esse avanço levou à construção de um sistema municipal, que se consolidou com a criação do SICAD pela antiga Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, em 2006. Daí retomou a produção cartográfica com a realização de levantamento aerofotogramétrico que abrangeu toda a região continental e insular do município e gerou ortofotos digitais, adensamento da Rede de Referência Cadastral, restituição do sistema viário e, por fim, uma Base Cartográfica Digital na escala 1:2.000.

No Brasil e no mundo, com a cartografia Digital, os novos procedimentos foram adequados ao longo do tempo, influenciando o surgimento de novos perfis profissionais, teorias e, acima de tudo, a produção de softwares especializados. Da mesma forma, a Prefeitura de Salvador dá um salto de qualidade na construção de uma nova Cartografia de Referência com qualidade inédita no país para escala urbana 1:1000, a qual poderá ser conferida em detalhes aqui. Este Projeto do Mapeamento Cartográfico de Salvador está em curso sob a responsabilidade da Secretaria Municipal da Fazenda - SEFAZ, com financiamento do Programa Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos – PMAT.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Edilson Alves de. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I: geografia / Edilson Alves de Carvalho, Paulo César de Araújo. – Natal, RN: EDUFRN, c2008.248 p. 1. Cartografia – História. 2. Cartografia – Conceito. 3. Cartografia – Utilização. 4. Dados estatísticos. 5. Simbolismo cartográfico. I Araújo, Paulo César de. II. Título.

INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA. Internet. Site http://www.ighb.org.br/setor-de-geogrfia, pesquisado em 08/10/2018.